Meus versos não tem métrica
Minhas rimas não o são
Escrevo pelo som do gosto
Pelo sabor do calafrio
Inflando o vazio de minha barriga
As palavras saem d'um pulo
Correm ao vislumbre da guilhotina
Escorrem para o papel
Passam dos dedos à língua
Queimam a pele com seu calor
Abro os olhos
Surpresos
Desacostumados
Despreparados
Virgens
Não contam comigo
Férias não são para exercícios
E de súbito
Num susto
Eles veem
O que sem querer se criou
Nesse meio abiótico em que residem
Fechados ou abertos
Sejam olhos
Sejam janelas
Do interior que se mudou
E agora não se decide
Sobre o branco do papel
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