terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eu não sou disso. De falar de mim, de falar de sentimentos. Não sou mesmo.
Mas quando vejo você aí, viu, não sei como dizer, é uma coisa que cresce no meu cérebro, e infla meus olhos, inunda os ouvidos, pinta os dentes, arrepia os cabelos e grita:
EU TE AMO!
Olha que eu nem falei de coração.
Acho difícil de controlar. Acho estranho essa coisa que vem na barriga e bambeia as pernas. E eu acho tantas coisas que não sei se gosto ou não gosto disso tudo, que junto vem a saudade e o sorriso, e a dúvida e o deleite, e todas essas coisas que dentro da minha cabeça se confundem e fazem com que eu me cubra de certezas e incertezas e contradições que você diz gostar tanto.
De uma coisa eu sei: que te tenho ao meu lado pro resto da vida.
Vez ou outra me pergunto se um dia vamos decidir crescer (como decidimos daquela vez e não deu certo) e aceitar que nascemos um pro outro. Você sabe que sim. E eu também. Mas são esses jogos teatrais em um mundo paralelo que nos divertem de uma forma tão sublime que esquecemos da vida real e acabam fazendo com que nos esqueçamos também daquilo que queremos no final.
Não sei se quero abrir mão desses jogos.
Mas eu quero!
Descobri isso quando você me mostrou que eu tinha um coração. Isso mês passado, no melhor dia da minha vida. Que passei ao seu lado.
Para você que quer ser feliz: tudo o que você precisa é de um abraço. Um sorriso. Outro abraço. Um silêncio e a troca de uma ou duas palavras.
Só me arrependo de ter atropelado as palavras. Tomara que elas estejam bem

domingo, 16 de outubro de 2011

Hoje, sem querer, derrubei o meu aquário de planarias. Foi mais ou menos assim:
O aquário sobre a escrivaninha. Os óculos em minhas mãos. A mão em direção à escrivaninha. O aquário no chão.
Rápido.
A água escorrendo e eu só observando. Até que, enfim, percebi: "Meu deus, e se meu cachorro comer esses vermes?".
A minha sorte é que o aquário era de plástico. Olhei dentro dele, com cuidado. Seis planarias - já não eram mais sete, eu sabia, porque há tempos não lhes dava comida (assim descobri que planarias são canibais). Todas ali. Correndo em direção a água. Lutando pela sua sobrevivência.
E aí eu joguei o aquário no lixo.

Estou dentro de um aquário virado. Uma poça d'água. Eu a alcanço. Eu recuo. Eu a alcanço. Eu recuo. E agora, peço: joguem-me no lixo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Isto não é um adeus

Mas os fios que agora caem já não voltarão mais.
Deixei que caíssem pois precisava disso. Ou ficaria louca.
Quando digo louca, entenda: é da mais pura loucura que falo. Já estou cansada de me prender dentro do armário.
As tonalidades das cores são únicas.
Se ontem escolhi vermelho e hoje passei por cima o preto, saiba que nunca mais voltarei à mesma cor de antes. Nem que eu queira. Cores são momentâneas e mudam de acordo com a maré.
Escute: eu não quero mais as cores antigas. Estou melhor assim, acredite.
O inferno já não está mais dentro de mim.
Disse que eu estava ficando entediante. Respondi: nem todos gostam de mudanças.
Eu, particularmente, gosto. Tenho um amor escandaloso pelas diferenças.
Mas isto não é um adeus.
É apenas um até logo.