domingo, 25 de dezembro de 2011

Natalina

Ó céus que calor dos infernos!!
E essa chuva que só cai quando não percebo?
Esvazio a minha mente crua:
vens de volta para mim e conturba tudo de novo!
Porque? Que te fiz para voltar para mim?
Nada!
Nadanadanadanadanadanadanadanada no oceano.
De água.
E se afogue porque eu sei, ah, eu sei, que não sabes nadar.
Trovão?
Ensurdeça-me então, já que não fazes nada alem disso
Pelo menos uma coisa o trovão faz
E você, que não faz nada alem de voltar?
Cade o vento?
Vem em espirro e espirra o resto.
Das mensagens que recebi tinha sua no meio
No começo tinha sal
No fim, azeite
E por trás, agora, atiram
Socorro!
Vou pular

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fale comigo, por favor! E use palavras inteiras. Pois meias palavras cortam.
Não são só de promessas que se constroem castelos, daqueles belos e fortes e grandes, como os que gostaríamos de comprar. As promessas apenas cobrem algumas rachaduras e renovam a cor das tintas da parede. Para toda a estrutura é preciso força. E vontade.
Já falamos sobre as nossas cabeças. Já sabemos de tudo isso que nos inunda por dentro. Que o nosso recheio nos é compreensível e que não vale a pena gastar palavras vazias. Não falemos em rodeios: fumar não é saudável. E essa sua blusa te engorda. Viu como é? Simples.
Qual o passo a ser dado, então? Para fora da janela? Eu não vou convicta. Ultimamente está difícil de convictar. Qualquer passo que eu der será em falso, e precisarei de ajuda para continuar. Você ofereceu a sua mão, como me lembro bem. Mas deve ter se esquecido. Acontece.
Não vamos jogar tudo pelos ares. Depois fica uma bagunça. E tudo é uma coisa muito difícil de se construir, assim como castelos que se prezem. Por isso, não desperdicemos. Sei que a jornada é dura, mas tudo piora se só fazemos força de um lado da corda. Tudo precisa de equilíbrio.
Os dois lados da balança tem que se sustentar. Se não for assim, cai.
Às vezes me pergunto se o que te falta é um coração ou se são remédios. Não se faz isso, de descuidar, da pessoa de quem se gosta. Isso é crueldade, e é desumano.
Eu sei, eu sei, eu sei, eu sei. Que isso também é tortura. Mas estou viciada nisso. E não sei se consigo aceitar o convite para a reabilitação.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eu não sou disso. De falar de mim, de falar de sentimentos. Não sou mesmo.
Mas quando vejo você aí, viu, não sei como dizer, é uma coisa que cresce no meu cérebro, e infla meus olhos, inunda os ouvidos, pinta os dentes, arrepia os cabelos e grita:
EU TE AMO!
Olha que eu nem falei de coração.
Acho difícil de controlar. Acho estranho essa coisa que vem na barriga e bambeia as pernas. E eu acho tantas coisas que não sei se gosto ou não gosto disso tudo, que junto vem a saudade e o sorriso, e a dúvida e o deleite, e todas essas coisas que dentro da minha cabeça se confundem e fazem com que eu me cubra de certezas e incertezas e contradições que você diz gostar tanto.
De uma coisa eu sei: que te tenho ao meu lado pro resto da vida.
Vez ou outra me pergunto se um dia vamos decidir crescer (como decidimos daquela vez e não deu certo) e aceitar que nascemos um pro outro. Você sabe que sim. E eu também. Mas são esses jogos teatrais em um mundo paralelo que nos divertem de uma forma tão sublime que esquecemos da vida real e acabam fazendo com que nos esqueçamos também daquilo que queremos no final.
Não sei se quero abrir mão desses jogos.
Mas eu quero!
Descobri isso quando você me mostrou que eu tinha um coração. Isso mês passado, no melhor dia da minha vida. Que passei ao seu lado.
Para você que quer ser feliz: tudo o que você precisa é de um abraço. Um sorriso. Outro abraço. Um silêncio e a troca de uma ou duas palavras.
Só me arrependo de ter atropelado as palavras. Tomara que elas estejam bem

domingo, 16 de outubro de 2011

Hoje, sem querer, derrubei o meu aquário de planarias. Foi mais ou menos assim:
O aquário sobre a escrivaninha. Os óculos em minhas mãos. A mão em direção à escrivaninha. O aquário no chão.
Rápido.
A água escorrendo e eu só observando. Até que, enfim, percebi: "Meu deus, e se meu cachorro comer esses vermes?".
A minha sorte é que o aquário era de plástico. Olhei dentro dele, com cuidado. Seis planarias - já não eram mais sete, eu sabia, porque há tempos não lhes dava comida (assim descobri que planarias são canibais). Todas ali. Correndo em direção a água. Lutando pela sua sobrevivência.
E aí eu joguei o aquário no lixo.

Estou dentro de um aquário virado. Uma poça d'água. Eu a alcanço. Eu recuo. Eu a alcanço. Eu recuo. E agora, peço: joguem-me no lixo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Isto não é um adeus

Mas os fios que agora caem já não voltarão mais.
Deixei que caíssem pois precisava disso. Ou ficaria louca.
Quando digo louca, entenda: é da mais pura loucura que falo. Já estou cansada de me prender dentro do armário.
As tonalidades das cores são únicas.
Se ontem escolhi vermelho e hoje passei por cima o preto, saiba que nunca mais voltarei à mesma cor de antes. Nem que eu queira. Cores são momentâneas e mudam de acordo com a maré.
Escute: eu não quero mais as cores antigas. Estou melhor assim, acredite.
O inferno já não está mais dentro de mim.
Disse que eu estava ficando entediante. Respondi: nem todos gostam de mudanças.
Eu, particularmente, gosto. Tenho um amor escandaloso pelas diferenças.
Mas isto não é um adeus.
É apenas um até logo.