sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Correspondência não entregue: Destinatário mudou-se

Acho que já tentei te escrever algumas vezes, mas nunca soube muito bem por onde começar. Acho que por nunca termos tido um começo apropriado.  Então cada página será um começo, a ordem não importa.

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Você não imagina, não poderia imaginar, quantas vezes busquei pela sua presença. E procurava ler suas palavras imaginando se seriam para mim – seria tão bom se eu estivesse certa.

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Nessa minha platonicidade, posso ter fugido um pouco do mundo real. Sabe, por mais dura, por mais cética, por mais fria que eu seja (ou talvez tenha me tornado), eu gosto de acreditar que existem pessoas que são nossas pessoas. Mas aí me questiono, e penso é, talvez o certo seja ser desse jeito que eu sou, inapaixonável, e esse platonicidade seja só idiotice. Eu penso muito nisso. Ainda não encontrei resposta. Preciso que as pessoas me digam.

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Queria saber se você ainda gosta de ir a praia, e ver o céu, e falar de tudo que vem à cabeça, e experimentar (percebi que essa é a essência da vida), e rir, e do silêncio.

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As vezes eu paro pra pensar nas coisas, e tem uma em especial que me atormenta. Dá pra estudar, aprender e viajar ao mesmo tempo? Ou o conhecimento seca a gente?

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Acho que entendi. O negócio não é que eu nunca soube começar. É que eu nunca soube continuar. E o segredo está aí: começo até teve. O que não teve foi o meio. Fim.

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