Acho que já tentei te escrever algumas vezes, mas nunca
soube muito bem por onde começar. Acho que por nunca termos tido um começo
apropriado. Então cada página será um
começo, a ordem não importa.
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Você não imagina, não poderia imaginar, quantas vezes busquei
pela sua presença. E procurava ler suas palavras imaginando se seriam para mim
– seria tão bom se eu estivesse certa.
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Nessa minha platonicidade, posso ter fugido um pouco do
mundo real. Sabe, por mais dura, por mais cética, por mais fria que eu seja (ou
talvez tenha me tornado), eu gosto de acreditar que existem pessoas que são
nossas pessoas. Mas aí me questiono, e penso é, talvez o certo seja ser desse
jeito que eu sou, inapaixonável, e esse platonicidade seja só idiotice. Eu
penso muito nisso. Ainda não encontrei resposta. Preciso que as pessoas me
digam.
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Queria saber se você ainda gosta de ir a praia, e ver o céu,
e falar de tudo que vem à cabeça, e experimentar (percebi que essa é a essência
da vida), e rir, e do silêncio.
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As vezes eu paro pra pensar nas coisas, e tem uma em especial
que me atormenta. Dá pra estudar, aprender e viajar ao mesmo tempo? Ou o
conhecimento seca a gente?
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Acho que entendi. O negócio não é que eu nunca soube
começar. É que eu nunca soube continuar. E o segredo está aí: começo até teve.
O que não teve foi o meio. Fim.