sexta-feira, 1 de março de 2013

Segunda-feira

O céu está lindo, eu disse.
E em direção ao céu eu segui.
Enxergava pouco, nuvens puxando pr'um marromvermelhocaramelo, e a sombra de um cajueiro, negro, negro, negro.

Nessa hora, percebi que precisava ir. Ir, não sei em que direção, qualquer uma, alguma, a primeira que aparecer. Pego o primeiro trem que passar. E aí vou.
Vou. E vou sem medo algum, largo tudo para trás, tudo, largo bolsa, travesseiro, escova de dentes.
Largo mão, braço, cotovelo.
João, Maria, e o Paulo Henrique dos Reis. Também largo.
Vou sem passagem e provisões, sem futuro, só o furo na sola do sapato, planejamento, não, seguindo o rumo das estrelas, das camélias, e das marcas de pneu do seu carro sem ar condicionado.
Vou de corpo e levo a alma. Vou agora, de supetão, tiro no escuro, pulo no abismo. Pé no estribo.
Vem comigo?

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